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Parto Elis, Gilson, Théo e Ananda

Atualizado: 18 de jul. de 2019

Minha menina se chama Ananda, que em sânscrito significa "Alegria genuína", e foi com essa alegria que ela foi recebida: no aconchego do seu lar, cercada por amor e muito respeito por essa equipe maravilhosa pela qual eu sinto pura gratidão!

Olá, me chamo Elisangela e este é o relato do nascimento da Ananda.


Em 2014 engravidei do meu primeiro filho e optei por um parto hospitalar humanizado pois, embora a ideia do parto domiciliar me chamasse muito a atenção, eu ainda não tinha a segurança necessária.


Passado o parto, meu desejo pelo domiciliar aumentou muito, pois mesmo tendo sido assistida por um médico humanista maravilhoso e por uma doula fantástica, a estadia no hospital não foi muito agradável.


O parto domiciliar então se tornou um sonho. Quando engravidei novamente, em 2018, nutria o desejo de realizar esse sonho, mas pela parte financeira parecia algo impossível, embora meu marido tenha dito desde o início que daríamos um jeito caso este fosse mesmo meu desejo, eu não me sentia digna se comprometer a saúde financeira da minha família por uns dois ou três anos para realizar um sonho que era meu. Até que um dia uma amiga, que tornou-se nossa fotógrafa, me falou algo que me fez refletir. Ela disse: Elis, minha avó teve 9 filhos. Ela não lembra de que carro eles tinham ou como era a casa dela, mas ela lembra de todos os partos. Esse não é seu sonho? Sonhos existem para serem realizados!


Falei com o Gilson que prontamente abraçou a ideia, não sem antes me dizer que desde sempre ele me apoiava. Fizemos todos os cálculos e entrei em contato com as equipes de PD que me indicaram.


Falei com uma equipe antes, mas assim que liguei pra Ju e conversei com ela, senti um acolhimento e uma segurança inexplicável. Ela me deu muita atenção por telefone mesmo e logo marcamos nossa primeira consulta (eu estava com 30 semanas). Fizemos o acompanhamento cercados de amor, nosso filho mais velho participou de todo o processo, foi tão lindo!


Com 37 semanas iniciaram os pródromos e eu estava muito feliz em sentir que se aproximava a hora do encontro com minha pequena. Foram várias noites em que as contrações pareciam que iriam engrenar, mas após longos banhos elas cessavam.

Com 39 semanas e um dia, a Juliana me passou alguns exercícios para ajudarmos a bebê a se encaixar, após os exercícios tudo se acalmou e dormi.


Na manhã seguinte, levei meu filho pra escola e enquanto dirigia senti uma contração forte, as 7:45 da manhã. Voltei pra casa e após cronometrar percebi que elas repetiam de 6 em 6 minutos durante meia hora e depois paravam um pouco, retomando em seguida. Liguei pra Ju que me orientou a repetir os exercícios e rebolar bastante, coloquei então uma música animada e passei as próximas duas horas dançando muito. Às 11:30 busquei meu filho na escola, fiz almoço, e enquanto isso as contrações iam e vinham mas ainda não estavam ritmadas. Às 17hs repeti os exercícios antes do meu marido sair pro trabalho e as contrações já aconteciam de 5 em 5 minutos. Falei com a Ju que me orientou a tomar um banho demorado e observar. Liguei pra minha doula que disse que viria pra minha casa e ela já avisou a fotógrafa, que é minha amiga. Meu marido pediu ao seu colega que o substituísse e também veio para casa. Enquanto isso eu tomava um banho gostoso juntinho com meu filho mais velho, brincávamos como que se estivéssemos nos despedindo da sua condição de filho único, ele desenhava na minha barriga entre uma contração e outra e curtimos bastante aqueles últimos momentos de barrigão. A minha amiga chegou, logo chegou a doula, em seguida veio a Greice, a enfermeira, parceira do Hanami, que mora em Balneário e passava pra Ju e pra Mari toda a situação. Meu marido dava atenção ao meu filho que logo foi dormir. Ficamos as quatro mulheres na cozinha conversando, tomando café, comendo pão de queijo e entre as contrações resolvi fazer um pudim (hahaha, sim, pudim!). Tava tudo muito tranquilo, estava curtindo o momento e aproveitando aquilo que parecia uma reunião entre amigas. Fomos pra sala, deitei no meu sofá e ali as coisas animaram. Meu marido desceu após fazer meu filho dormir e ficou conosco todo o tempo. Minha doula fazia massagens e usamos o rebozo, logo a Ju e a Mari chegaram e a equipe estava completa. Elas verificaram os batimentos da bebê, conversamos e a essa altura as contrações já estavam de 2 em 2 minutos. Fui ao banheiro e ouvi as meninas falando que o tp não estava evoluindo como previsto e que demoraria ainda bastante tempo, fiquei preocupada pois meu nível de dor já estava significativamente alto e imaginei que passaria a madrugada toda naquela situação. Ao sair do banheiro a Ju me falou algo sobre mudar de posição já que eu estava semi-deitada no sofá e então ao me levantar para ficar de 4 apoios, me ajoelhei no tapete e a bolsa estourou. Fiquei super feliz já que aquilo era um indício de que tudo estava fluindo. A água estava clarinha, o que me tranquilizou ainda mais. Logo começaram os puxos e a natureza fez seu trabalho, numa contração ela coroou e pude sentir seus cabelinhos, na outra contração ela baixou um pouquinho mais e por fim, na próxima contração ela saiu inteira e eu a amparei. Agarrei aquele corpinho molhado com cheirinho de céu e não larguei mais. Ela chorou forte como se comemorasse pelo sonho que realizamos juntas e logo buscou o meu peito e mamou. Meia hora depois nasceu a placenta e então descansei tranquila, já que meu medo de uma possível transferência seria pela não dequitação da placenta. Meu marido foi acordar nosso menino para que ele conhecesse sua irmã e curtimos aquele momento lindo em que nos tornamos quatro. Tudo estava tranquilo, então, após papai cortar o cordão umbilical fui tomar um banho enquanto a equipe fazia os procedimentos necessários com a bebê, e meu marido e meu filho ali juntinho, participando de tudo. Logo voltei pra sala e, sentada no meu sofá tomei meu shake de placenta que minha doula preparou com tanto carinho, curti minha filhota, meu marido e meu filho no aconchego do meu lar e, lá pelas 3:30 da manhã, após terem certeza de que tudo estava perfeito a equipe foi embora e ficamos os quatro curtindo nossa família que acabara de aumentar.


Se eu faria tudo novamente? Com certeza! Não tem dinheiro no mundo que pague a tranquilidade de estar na minha casa, de receber minha filha cercada de amor e respeito e com a certeza de que ninguém sofreria com nenhum procedimento desnecessário, ah, e com cheirinho de café e pão de queijo.


Minha menina se chama Ananda, que em sânscrito significa "Alegria genuína", e foi com essa alegria que ela foi recebida: no aconchego do seu lar, cercada por amor e muito respeito por essa equipe maravilhosa pela qual eu sinto pura gratidão!




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