
Demorei nove meses para conseguir escrever sobre o meu parto, o
tempo de uma segunda gestação. Somente agora me senti preparada e
pronta.
A dor é mais do que um evento físico. A forma como percebemos a dor
transcende a nossa resiliência física e emocional individual. A percepção
da dor é um fenômeno pessoal, mas é também um fenômeno cultural.
Em nossa sociedade não há espaço para sentir dor, seja ela emocional
ou física. Fazemos de tudo para fugir dela. Ao menor sinal de
desconforto, já estamos buscando o analgésico ou ansiolítico que irá
aplacar nossas mazelas.
A dor faz parte da experiência humana, mas estamos sempre tentando
esquecer disso. Não tenho dúvidas que essa falta de intimidade com o
que dói tira um pouco de nossa humanidade.
Esse é o relato do meu parto. Um parto que doeu muito. A dor que eu
senti foi excruciante. E esse é o relato de um encontro que muitas
pessoas querem evitar: O encontro brutal com dor física, emocional e
espiritual que apenas um parto pode proporcionar.
Meu parto foi muito desafiador. Nada do que eu li, estudei, meditei ou
visualizei me preparou para o que eu vivi.
Foram 36 horas de contrações. Foram 36 horas onde meu corpo se
desdobrava, permitindo que o que era um, se transformasse em dois.
Entrei em trabalho de parto com a Alice ainda não encaixada e em
posição posterior (com as costinhas viradas para as minhas costas), uma
posição que torna o trabalho de parto mais lento, difícil e doloroso.
Desde o momento em que soube que eu estava grávida, eu nunca
cogitei ter a Alice no hospital. Nada parecia mais hostil que o ambiente
estéril hospitalar para receber uma vida que estava chegando. Queria
recebê-la em casa, da forma mais natural possível.
Eu queria que nós passássemos pela experiência do parto, algo que eu
sempre considerei importante para dar inicio a minha experiência de
maternar. Queria que atravessássemos juntas o portal de abertura da
maternidade. E nós atravessamos! E que portal!
Dia 08/09, data da minha DPP (data prevista do parto — a data onde eu
completaria 40 semanas de gestação), amanheceu um sábado lindo de
sol em Florianópolis.
De alguma forma eu sabia que nosso momento estava chegando, porém
fisicamente não sentia nada além de umas cólicas leves que iam e
vinham espaçadamente.
Saímos, eu meu marido, para almoçarmos em um restaurante delícia na
Barra da Lagoa. Sentamos no deck bem em frente ao canal e comemos
uma delicioso camarão com legumes assistindo aos barcos que
passavam. Comentamos inclusive que aquela poderia ser a última vez
que almoçávamos apenas nós dois. E de fato foi!
Voltamos para casa e o dia seguiu preguiçoso. Continuei bordando um
enfeite que eu estava fazendo para o quarto da Alice, assistimos um
filme e lá para as 17:00 comecei a sentir umas contrações mais
dolorosas. Resolvemos cronometrar. Elas duravam cerca de 30
segundos, com um intervalo de 3 minutos entre elas. Achamos estranho
pois estavam bem ritmadas e com intervalos curtos, característicos de
uma fase mais avançada do trabalho de parto.
Ligamos para uma das enfermeiras de nossa equipe que pediu que
continuássemos cronometrando por mais uma hora e me instruiu a tomar
um banho para relaxar e ver se as contrações estabeleciam ou
cessavam.
Tomei um banho bem longo e as contrações continuavam, a intensidade
gradualmente aumentando. Sai do banho convicta que logo estaríamos
recebendo a nossa querida Alice.
Sai do banho e entre uma contração e outra consegui até passar uma
máscara nos cílios. Achava que iria parir maquiada, quanta ingenuidade!
Fui até a cozinha para comer algo. Sabia que precisava de energia para
o que estava por vir. Fiz um prato com a quentinha que tinha sobrado do
almoço do restaurante, mas não consegui comer.
A essa altura o Bruno já tinha ligado novamente para nossa enfermeira
avisando que as contrações continuavam. Ela resolveu passar em casa
para ver como nós estávamos.
A Mari, nossa querida enfermeira, chegou às 18:30h. O seu rosto foi a
última coisa que eu vi em um estado sóbrio de consciência. Os fatos que
se seguem são apenas flashs de memória fora de ordem cronológica,
dos quais eu apenas guardo a textura emocional.
Das 18:30 de sábado até às 5:13 de segunda-feira, horário em que
nossa filha chegou ao mundo, se segue uma sucessão de cenas
profundamente marcadas em minha memória, porém sem horário,
vividas em um espaço-tempo diferente do nosso.
Eu passei as 36 horas que se seguiram em um profundo estado alterado
de consciência. Partolândia que diz, sabe? Às vezes sinto que toda a
eternidade coube dentro dessas 36 horas. Às vezes sinto como se o
tempo tivesse encolhido e esse um dia e meio tivesse sido vivido em
apenas poucos minutos.
Mas ao contrário do que muitas mulheres afirmam, que essa mudança no
estado de consciência acontece mais para o final do processo, eu passei
essas 36 horas em alpha, bem doidona mesmo. O corpo é sábio, te
inunda de hormônios para ser possível suportar a travessia desse portal.
Logo que a Mari chegou, enquanto o Bruno inflava a piscina na sala, eu
fui para a banheira do meu banheiro. Fiquei lá por um tempo. 5, 10, 30
minutos? 1 hora? Não faço idéia. Virava de um lado para o outro. Não
achava posição. Estava muito desconfortável. Saí. Me posicionei na
cama na posição de quatro apoios. Veio uma contração tão forte que eu
vomitei.
Andava pela casa. Tentei a piscina, mas não consegui ficar lá por muito
tempo. Coloquei a playlist que eu fiz para o parto, mas qualquer som me
causava um profundo incômodo. Desliguei.
O Bruno acendeu a lareira, estava bem frio no dia. A casa estava a luz
de velas, escura, quente e úmida (por conta do vapor das panelas de
água que aqueciam no fogo para esquentar a piscina), como o útero que
abrigava a Alice.
Já estava de noite. Ou de madrugada, não sei. As contrações seguiam
muito intensas e não davam trégua.
O trabalho de parto evoluía devagar. Outras pessoas da equipe
chegaram. As enfermeiras sugeriram realizar algumas manobras para
ajudar no encaixe da Alice. Essas manobras são feitas no momento da
contração, extremamente dolorosas. Realizamos as manobras pelo
máximo de tempo que a dor permitiu.
Às vezes eu sentia um sabor doce na minha boca. Ora vinha do melado
do mel, ora vinha do gelado do açaí. Tentavam me alimentar, mas eu
não conseguia comer. Outra contração muito forte, mais vômito.
Eis que surge ela. A Tati, a doula que cruzou o meu caminho apenas
quando o trabalho de parto já estava a todo vapor. As enfermeiras da
equipe ligaram pedindo reforço à ela, já que o meu processo estava
exigindo muito de todos: de mim, do Bruno, da Alice e da equipe.
A Tati surgiu como um anjo. Com mãos firmes massageava a minha
lombar. O ar cheirando a lavanda dos seus óleos essenciais. Seus olhos
penetrantes e doces diziam palavras de encorajamento. Ela me inspirava
confiança e acolhimento. Sua presença foi um bálsamo na alma.
Uma pausa para monitorar os batimentos da Alice. A todo tempo eu e
Alice éramos monitoradas. Batimentos perfeitos. Muita dor, mas tudo
fluindo lindamente.
Mais algumas manobras para ajudar no encaixe. Pedi para medirem
minha dilatação. 7cm. Oh, céus! Ainda faltava muito!
Quando a contração vinha, a única posição que eu conseguia ficar era a
de cócoras. Segurava forte as mãos do Bruno ou da Tati e descia.
Gemia, urrava, gritava. Meus joelhos reclamavam, afinal faltava
flexibilidade para ficar nessa posição por tanto tempo. Alice ainda alta.
"Respira devagar Lari" — dizia o Bruno.
Quis entrar na piscina. Consegui relaxar um pouco. Entre uma contração
e outra, eu cochilava. Meu Deus, como assim cochilar? Pois é, o corpo
humano não é mesmo uma máquina incrível?
Manhã de domingo. Uma das enfermeiras me diz que vai precisar se
ausentar para atender outro parto em outra cidade. Chega um outro anjo
para substituí-la.
A Joyce, a nova enfermeira, conversava comigo sobre meus medos.
“Do que você está com medo, Lari?
Estou com medo de não dar conta. Estou com medo da
responsabilidade. Estou com medo de perder minha liberdade. Estou
com medo do meu relacionamento com o Bruno mudar. Estou com medo
da Larissa que não vai mais existir. Estou com medo, muito medo!
Joyce me inspirava amor. Não sei se era a ocitocina, mas eu segurava a
mão dela, passava a mão no seu cabelo e agradecia. Nessas hora sai
abraçando e agradecendo cada um que estava vivendo aquele processo
comigo.
Resolvi ler as cartas que eu havia escrito para mim mesma e para Alice
durante a gestação. Nessas cartas eu falava sobre meus medos, contava
para a Alice tudo o que se passou em nossa gestação e me despedia de
mim mesma, daquela versão da Larissa que estava para morrer.
Ler aquelas cartas me muniram de forças. Coloquei um som de tambor e
caminhava com firmeza pela casa, conversava com a Alice, dizia que,
mesmo com medo, eu estava pronta para recebê-la. Estava disposta a
parir! Nesse momento permiti que meu corpo assumisse a situação. Saí
do controle, virei bicho, a mente deu espaço para o dono da festa, o
corpo!
A equipe também se animou. Posicionaram a banqueta. O processo
parecia que tinha pegado ritmo. Algumas horas se passaram. Muitas
contrações, muitos fluídos pela casa, muitos gritos e um profundo
cansaço.
Havia um celular em cima da mesa. Resolvi olhar a hora. Que erro! Eram
16:00h de domingo. Ali eu entrei em um vórtex de desespero. Quase um
dia inteiro de trabalho de parto já havia passado, Alice alta, as dores
insuportáveis e nada parecia evoluir.
O corpo saiu de cena e a mente voltou para o controle. Precisou de
apenas uma informação do mundo concreto para me tirar do meu estado
semi-bicho.
Meu trabalho de parto foi uma constante luta entre a mente e o corpo.
Sempre que o mental acionava, o processo estagnava.
Nessa hora, falei que queria ir para o hospital. Todos me lembraram que
viver aquele processo foi uma escolha que eu fiz de forma consciente e
que a decisão era somente minha. Chorei. Decidi ficar. Mais uma
checada nos batimentos. Tudo perfeito. Mais algumas horas se
passaram.
Nisso, a Mari, a enfermeira que havia ido assistir um outro parto em outra
cidade, volta. Ela foi até a outra cidade, o bebê nasceu e ela voltou para
o meu trabalho de parto. Tudo isso aconteceu e eu ainda na mesma.
Mais algumas manobras e eu pedi novamente para medirem minha
dilatação. 8cm. Meu Deus, em mais de 15 horas eu dilatei apenas 1 cm.
Desisti. Pedi para ir para o hospital de novo. Implorei. Eu não aguentava
mais.
Bruno me pegou pelas mãos e me levou para um cantinho. Nesse
momento nós tivemos a conversa mais séria de toda a nossa vida. Ele,
firme como uma rocha, me lembrou de toda a nossa jornada rumo à uma
gestação e nascimento conscientes. Me lembrou que eu pedi à ele que
não deixasse eu desistir. Me lembrou da força que eu tenho e porque eu
tinha escolhido parir naturalmente em casa.
Eu não lembro exatamente o que ele me disse. Ele também não se
lembra. Mas foi algo que tocou profundamente a minha alma. Ali,
naquela conversa, eu recuperei minhas forças novamente. Bruno, como
sempre, o pilar que traz sensatez, lucidez e equilíbrio para nossas vidas.
E no seu abraço, eu me desmanchei. Agradeci por ele confiar e acreditar
em mim. Agradeci pelo amor que ele me dá. Agradeci por ser o pai de
nossa Alice. Agradeci por estar ao meu lado em cada segundo dessa
jornada.
Eu não sei o que ele me disse, mas depois da nossa conversa eu não
mencionei mais ir para o hospital.
De tempos em tempos alguém pingava gotas de floral na minha boca. E
a Tati seguia incansável massageando a minha lombar, que de tanto ser
estimulada ficou até assada.
Mais uma tentativa para ajudar no encaixe: Agora a Mari massageava o
meu colo do útero para amolecê-lo.
Às 22:30 do domingo, mais uma contração e a bolsa estoura bem no
meio da minha sala. Água por todos os lados. Perco um pedaço do
tampão. Sangue. Minha casa parecia um cenário de guerra. Estávamos
cada vez mais perto do nosso encontro.
Depois que a bolsa estourou o negócio ficou punk. A dor intensifica e os
intervalos diminuem consideravelmente.
Fui para o chuveiro e comecei a sentir vontade de fazer força e naquele
momento eu vivi uma das experiências mais loucas do processo: Na
posição de cócoras eu sentia cada contração que não flutuava apenas
pelo meu corpo físico, mas pelo meu corpo energético e sutil. Eu fechava
os olhos e via, literalmente via, a contração acontecer como uma onda.
Começava mais fraca, ia se intensificado até um pico quase insuportável
e depois regredia até sumir completamente. E cada espectro dessa onda
tinha uma cor. E cada cor da onda tinha um cheiro. E cada onda era
masculina ou feminina. E eu comecei a travar um diálogo com as
contrações. Foi uma brisa. Não sei quanto tempo fiquei nessa piração,
mas ela foi interrompida pelo sonar da Rafa, outra enfermeira, que veio
medir os batimentos da Alice.
Batimentos nota 10! Nossa pequena guerreira seguia firme e forte.
Entrei e saí do chuveiro inúmeras vezes. As contrações viam
acompanhadas da vontade de fazer força. Dilatação total. Mas Alice
ainda alta. Esse expulsivo iria ser mais longo do que eu gostaria.
Um grande lapso de memória acontece nesse momento. Algumas horas
do trabalho de parto simplesmente desapareceram da minha memória.
Quando dou por mim, estou no quarto da Alice. Sentada na banqueta. A
Mari, segurava as minhas mãos e dormia sentada. O Bruno colapsou e
apagou na cama. As demais enfermeiras da equipe dormiam no quarto
ao lado. Todos dormindo? Sabe soldado no front de guerra que dorme
porque colapsou de exaustão? Pois é!
Foi apenas um apagão geral de alguns minutos, para mim parece que
durou uma eternidade.
De repente o Bruno está na minha frente conversando com a Alice. Ela
estava coroando.
Sente o cabelinho dela, ele diz.
Não quero, respondi.
Estava muito concentrada. Mais uma contração e a cabeça saiu. Alice
não rotaciona e pela primeira vez ouço a voz da Mari em um tom sério.
Fica de joelhos Lari, coloca o pé nessa banqueta e faz força.
Mari faz uma manobra para rotacioná-la e com mais uma contração o
corpo sai por completo às 5:13 da manhã de segunda -feira, 36 horas
depois da primeira contração. Um corpo quente, pequeno, com o cheiro
mais inebriante que já senti. Nasceu forte, saudável, no seu tempo,
vivendo o seu processo e no aconchego do seu próprio quarto.
Um salve para uma equipe extremamente competente, atualizada,
experiente e humana.
Bruno a recebe em seus braços e a entrega para mim.
Euforia, alegria, alivio, excitação. Não tenho palavras para descrever o
misto de emoções que senti nesse momento. Ainda não estava
acreditando que ela estava lá, nos meus braços. Só sabia sorrir.
Adrenalina pura percorria meu corpo.
Sentamos os três na cama e ela já abocanha o peito. E lá ficamos.
Cobertos de fluídos, amor e ocitocina. Lambendo a cria.
O cordão para de pulsar e Bruno o corta.
Me preparo para o segundo nascimento: O da placenta. Estava
demorando mais do que o normal para nascer. Recebo uma injeção de
ocitocina no cordão para ajudar nas contrações e liberar a placenta.
Resolvo eu mesma conduzir o seu nascimento. De cócoras em cima da
cama e com uma pequena tração a placenta nasce nas minhas mãos.
Recebo a placenta, analiso, sinto sua textura, sinto o cordão, agradeço e
entrego à Tati para ela fazer a medicina da placenta.
Mesmo com tanto tempo de expulsivo, tenho laceração de grau dois e
não preciso tomar pontos.
Uma das meninas da equipe traz um shake de açaí. Na sequencia chega
um pratão de massa e uma coca-cola geladinha.
Enquanto a Alice é pesada, sigo para o banho. Tomo um banho delicia,
lavo o cabelo, deixo a água cair nas costas, dou risada e choro ao
mesmo tempo.
Atravessamos o portal. Uma aura onírica pairava no ar.
Confesso que nos primeiros dias após o parto, me senti vítima. Porque
meu parto tinha sido tão difícil? Por que eu passei por tudo isso? Porque
justo o meu bebê estava em uma posição tão difícil de nascer? Porque
comigo, oh céus?
Na semana seguinte, em pleno auge das emoções do puerpério, resolvi
assistir o "Renascimento do Parto 2", um documentário que debate
especialmente a violência obstétrica.
E ali começou o meu processo de ressignificar o que eu havia vivido.
Quantas mulheres são violentadas, desencorajadas, usurpadas! Quantos
bebês chegam à esse mundo de forma violenta. Quantas marcas
profundas! Que tristeza! Que traumático! Nenhuma mulher ou bebê
jamais deveria passar por isso.
O nascimento deveria ser o evento mais belo e amoroso da nossa
experiência humana.
Me sentia profundamente grata pelo que vivi e sigo elaborando até agora
os aprendizados de uma experiência tão profunda como essa.
Foi difícil? Sem dúvida. Doeu? Meu deus! Mas foi um parto repleto de
amor, respeito e coragem. Um parto, onde cada pessoa que estava ali,
acreditou em mim. Onde eu acreditei em mim. Um parto que me ensinou
mais sobre mim mesma do que 10 anos de terapia. Um parto que me
fortaleceu para o papel de mãe.
Mas valeu a pena? Você não podia ter evitado todo esse sofrimento e ter
feito logo uma cesária?
Já me fizeram essa pergunta algumas vezes.
Podia, claro! E se nós estivéssemos correndo algum risco, eu não
hesitaria nenhum segundo em ir para a cesária. Mas nós estávamos
ótimas. Estava tudo bem. Estávamos sendo monitoradas por uma equipe
excelente.
Eu poderia ter poupado algumas horas de dor indo para uma cesária?
Com certeza. Mas o que eu perderia? O que a Alice perderia?
Eu escolhi viver essa experiência. Foi uma escolha madura, responsável
e consciente. Eu decidi. Eu não queria chegar ao fim da minha vida sem
ter tido a experiência de parir. E que bom que eu o fiz!
Muitas vezes nós escolhemos o atalho porque o caminho longo parece
ser muito difícil. Mas quase sempre é o caminho longo que traz os
aprendizados que precisamos ter. Esse era o processo que eu e Alice
precisávamos viver e porque ele foi assim, só Deus sabe.
Tínhamos que passar por isso, nossa história reservava esse momento e
a travessia desse portal me tornou uma mulher melhor e mais forte.
Obrigada filha!